Incêndio que destruiu três casas de madeira no último domingo pode ter sido criminoso
Debora Remor
Publicado 17/07/2012 às 06:00:55
- Atualizado em 16/07/2012 às 21:26:09
- Bombeiros não chegaram a tempo de conter as chamas (Foto Eduardo Montecino)
O fogo que destruiu três casas na noite do último domingo, no bairro
Guarani Mirim, em Massaranduba, pode ter sido provocado por um homem, de
25 anos, que residia em um dos imóveis. As moradias de madeira eram
alugadas pelo proprietário, Claudinei Gomes da Silva. Nada sobrou do
fogaréu.
Silva está revoltado com a situação e desconfia que um
dos inquilinos teria sido o causador do incêndio. Conhecido como Tirão, o
suspeito prestou depoimento ao delegado de Jaraguá do Sul, Leandro
Mioto Ramos, no domingo, e em seguida foi liberado. O caso será
investigado pela Polícia Civil para saber se o incêndio foi criminoso.
Uma perícia deve ser feita. Segundo relatos de vizinhos, o acusado se
mudou para a casa da mãe em Schroeder.
“Eu trabalhei duro por
muitos anos para comprar o terreno, construir as casas e alugar. Os
móveis que comprei, ainda estou pagando. O cara que colocou fogo na casa
podia ter causado uma desgraça, mas ele agora está solto”, disse. Silva
vive há quase dez anos em Massaranduba, onde é mais conhecido como
Ceará. Ele lamenta o prejuízo das casas e a perda da renda mensal de R$
700 com o aluguel. Ele mora a duas quadras do local do incêndio com a
esposa, que está grávida de cinco meses, e com o filho de 9 anos. Para
ajudar os inquilinos que perderam o lar, a família de Silva acolheu um
casal e o morador João Paulo da Silva Nascimento.
Na tarde de
ontem, eles receberam duas sacolas cheias de roupas doadas. “Perdi
fogão, geladeira e cama, mas o pior é que vou precisar refazer os
documentos”, lamentou Nascimento, que mora há quatro anos na cidade. Ele
contou que possui novas propostas de emprego, mas que não tem mais a
carteira de trabalho por causa do incêndio. “Não sei por onde recomeçar
minha vida”, desabafou.
Briga
O incêndio
pode ter sido motivo de vingança. Isso porque no domingo, o dono das
residências e o acusado brigaram. Segundo Silva, o suspeito teria
tentado matar a própria enteada, de 14 anos. Para proteger a menina, ele
se armou com uma foice e impediu que algo ruim acontecesse com a
garota. “Ele mesmo assim quis entrar e eu bati com o bastão nas costas
dele, então ele saiu daqui me ameaçando”.
Logo após a briga o
fogo começou. O acusado foi visto por vizinhos. “Ele saiu rindo, dizendo
que tinha queimado as minhas casas para se vingar de mim”, disse Silva.
Quando o Corpo de Bombeiros chegou ao local, o fogo já havia destruído
quase tudo. “Tentamos evitar que o fogo se alastrasse, mas as labaredas
chegavam alto, queimaram até a copa de algumas árvores”, segundo o
subcomandante da corporação, João Rodolfo Becker.
Outro incêndio em Corupá
Outra
família também perdeu a casa em um incêndio no último domingo, no
bairro Rio Novo, em Corupá. Fernando Conrad, de 28 anos, e a esposa
Juliana, de 24 anos. Era aniversário de 51 anos do pai de Fernando, Ari,
que mora em São Francisco do Sul, onde comemoravam a data. Os vizinhos
comunicaram o casal sobre o ocorrido. Com 120 metros quadrados, a casa
foi construída pela família há 17 anos e era feita de madeira e
alvenaria. Foram os vizinhos também que chamaram o Corpo de Bombeiros
por volta das 11h. Nada sobrou no local. “Graças a Deus ninguém se
feriu, os bens materiais a gente recupera”, declarou Ari. A Polícia
Civil agendou para hoje a perícia, para investigar se a causa foi um
curto-circuito ou criminoso. “Não vejo motivação, mas vamos procurar por
indícios durante a perícia”, afirmou o responsável pela delegacia de
Corupá, Clóbio Maurício Filho.