Comunidade Terapêutica atende jovens que querem se livrar das drogas
Publicado 01/02/2012 às 09:28:52
- Atualizado em 01/02/2012 às 09:48:56
O administrador da Comunidade, Arsanjo Colaço, conta que em quase um ano de existência, a entidade atendeu a 14 jovens. Hoje, sete estão em tratamento. Três deles participam da fase de ressocialização, momento no qual eles são encaminhados para atividades externas e recomeçam a ter contato com estudos regulares, cursos profissionalizantes e com o mercado de trabalho, por meio de parcerias com empresas da região. São nove meses de tratamento. Seis meses são dedicados à internação e atendimentos individuais e em grupo. Os outros três são voltados à reinserção do jovem na comunidade.
Existe uma rotina diária de atividades que inicia às 7h e vai até as 22h. A programação inclui oficinas de musicalização, teatro, artesanato, leitura, informática e atividades físicas. Também há reuniões e palestras. Além disso, os jovens se dividem nos cuidados com a CT e com o auxílio na cozinha. Segundo Arsanjo, embora a instituição não esteja ligada a nenhuma igreja, é considerada uma comunidade cristã, tanto que os internos têm reuniões diárias com discussões acerca da espiritualidade.
Família também participa do tratamento
O tratamento, no entanto, não se restringe aos jovens. A família também é envolvida no processo. “Muitos desses garotos já não tinham vínculo familiar” acrescenta Colaço. Para isso, um encontro semanal é realizado. Nomeado como “Amor Exigente”, as reuniões trabalham com base no seguinte princípio, conforme explica Colaço, “eu te amo, mas não aceito o que você faz”. Há um segundo momento, que é quando esses jovens voltam ao convívio familiar, passando fins de semana em casa. “Quando ele retorna, traz um relatório preenchido pelos familiares avaliando a visita”, elucida. A entidade é mantida por doações e sempre precisa de ajuda. Cada jovem deveria pagar R$ 1.500 mensais, mas apenas um deles paga, por meio de um convênio com a Prefeitura de Guaramirim. Há a possibilidade de contribuir por meio da conta de água. Se você quer ajudar, basta ligar para: (47) 2106-9100.
Depois de dois anos, jovem se recupera do vício
Carlos, nome fictício, tem 14 anos e está há quatro meses em tratamento. O garoto começou a usar drogas aos 12. “Estava numa brincadeira com amigos e fumamos maconha. Fui fumando e me afundando mais. Meus amigos conseguiram sair e eu não”, conta. “Também usava pedra (crack) e pó (cocaína)”, lembra. É perceptível o quanto tudo pelo que Carlos passou o fez amadurecer forçadamente. A conversa não como a de um garoto de apenas 14 anos.
“O mais difícil é aprender a lidar comigo mesmo”, diz. Outra dificuldade apontada por ele é aprender a aceitar “não” como resposta. “Antes, se eu levasse um ‘não’ saia de casa, ficava irritado e queria usar drogas. Estou aprendendo a aceitar ‘nãos’”, comenta. Carlos tem seis irmãos, a mãe trabalha como diarista e o padrasto é autônomo. Ele foi encaminhado à CT, após participar de um programa da Prefeitura e os psicólogos perceberem a necessidade de um tratamento contínuo. “Quero sair daqui, voltar a estudar e arrumar um emprego”, afirma. Interessados em saber mais sobre o serviço da Comunidade Terapêutica Vida Nova, os telefones são: (47) 3370-7529 e 3370-7867.
Fonte: http://www.ocorreiodopovo.com.br/saude/um-reduto-para-uma-nova-vida-em-jaragua-do-sul-8976250.html