segunda-feira, 26 de março de 2012

Avicultura - Produtores ainda sem uma saída

Alesc fará audiência pública sobre crise causada pelo fechamento da Seara
 
Tita Pretti
Publicado 26/03/2012 às 10:20:12 - Atualizado em 26/03/2012 às 10:27:10
Dionísio é um dos 300 avicultores da região que está com a produção parada após fechamento da Seara - (FOTO: Eduardo Montecino)
Ao entrar na granja onde costumava produzir até 20 mil frangos comerciais, o produtor rural Dionísio Nardelle, 84 anos, não consegue esconder a emoção ao falar da dificuldade em sobreviver. “Olha só, não tem mais nada.”
Ele é apenas um dos 300 avicultores da região que, após o fechamento da unidade da Seara em Jaraguá do Sul, em dezembro de 2011, está com a produção parada e perdeu a única fonte de renda. Nardelle, dono do aviário, ainda emprega o gaúcho Pedrinho Corrêa, 39 anos, único funcionário da granja.
Há cinco anos trabalhando juntos, a parceria não foi desfeita e o schroedense continua pagando um salário mínimo a Corrêa, com o dinheiro de sua aposentadoria. “Tenho dois filhos e uma esposa para sustentar. Até agora, estamos vivendo como podemos”, comenta o gaúcho.
E as dívidas não param de crescer. O dono da granja ainda tem R$ 80 mil reais para quitar em financiamentos de bancos. “Compramos um gerador para evitar a morte dos frangos em caso de falta de luz. Quando fui pagar a primeira parcela, recebi a notícia do fechamento da fábrica. Agora, estamos esperando para ver se conseguimos achar alguma solução”, diz Nardelle.

 
Alternativas e novos desafios

Na última semana, avicultores de Schroeder concluíram o Curso de Produção de Frangos e Ovos Caipiras, promovido pela SDR Jaraguá do Sul (que abrange os municípios da microrregião), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Senar.
Participante do curso, Pedrinho diz que serão precisos investimentos para a nova criação. “Produzíamos 20 mil frangos. Como o caipira precisa de espaço, só poderemos criar 800. Será um desafio começar do zero e procurar compradores”, avalia.
Os produtores aprenderam sobre o manejo colonial do frango, escolha das raças e prevenção de doenças. Segundo o instrutor do curso, Marcos Aluisio Sturmer, o frango colonial tem alto valor agregado: enquanto o comercial é vendido por cerca de R$ 2 o quilo, o caipira pode ser vendido a R$ 4,50 o quilo.
Segundo a SDR, o mesmo curso será realizado em Jaraguá do Sul, nos dias 11, 12 e 13 de junho. Interessados podem ligar na Gerência de Assistência Social da SDR, nos telefones (47) 3276-9200 e 8861-1763.

Fonte: http://www.ocorreiodopovo.com.br/geral/avicultura-produtores-ainda-sem-uma-saida-4510908.html