Alesc fará audiência pública sobre crise causada pelo fechamento da Seara
Publicado 26/03/2012 às 10:20:12
- Atualizado em 26/03/2012 às 10:27:10
Ao entrar na granja onde costumava produzir até 20 mil frangos
comerciais, o produtor rural Dionísio Nardelle, 84 anos, não consegue
esconder a emoção ao falar da dificuldade em sobreviver. “Olha só, não
tem mais nada.”
Ele é apenas um dos 300 avicultores da região que, após o fechamento
da unidade da Seara em Jaraguá do Sul, em dezembro de 2011, está com a
produção parada e perdeu a única fonte de renda. Nardelle, dono do
aviário, ainda emprega o gaúcho Pedrinho Corrêa, 39 anos, único
funcionário da granja.
Há cinco anos trabalhando juntos, a parceria não foi desfeita e o
schroedense continua pagando um salário mínimo a Corrêa, com o dinheiro
de sua aposentadoria. “Tenho dois filhos e uma esposa para sustentar. Até
agora, estamos vivendo como podemos”, comenta o gaúcho.
E as dívidas não param de crescer. O dono da granja ainda tem R$ 80
mil reais para quitar em financiamentos de bancos. “Compramos um gerador
para evitar a morte dos frangos em caso de falta de luz. Quando fui
pagar a primeira parcela, recebi a notícia do fechamento da fábrica.
Agora, estamos esperando para ver se conseguimos achar alguma solução”,
diz Nardelle.
Alternativas e novos desafios
Na última semana, avicultores de Schroeder concluíram o Curso de Produção de Frangos e Ovos Caipiras, promovido pela SDR Jaraguá do Sul (que abrange os municípios da microrregião), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Senar.
Na última semana, avicultores de Schroeder concluíram o Curso de Produção de Frangos e Ovos Caipiras, promovido pela SDR Jaraguá do Sul (que abrange os municípios da microrregião), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Senar.
Participante do curso, Pedrinho diz que serão precisos investimentos
para a nova criação. “Produzíamos 20 mil frangos. Como o caipira precisa
de espaço, só poderemos criar 800. Será um desafio começar do zero e
procurar compradores”, avalia.
Os produtores aprenderam sobre o manejo colonial do frango, escolha
das raças e prevenção de doenças. Segundo o instrutor do curso, Marcos
Aluisio Sturmer, o frango colonial tem alto valor agregado: enquanto o
comercial é vendido por cerca de R$ 2 o quilo, o caipira pode ser
vendido a R$ 4,50 o quilo.
Segundo a SDR, o mesmo curso será realizado em Jaraguá do Sul, nos
dias 11, 12 e 13 de junho. Interessados podem ligar na Gerência de
Assistência Social da SDR, nos telefones (47) 3276-9200 e 8861-1763.