segunda-feira, 21 de maio de 2012

Comunidade rural de Jaraguá do Sul é considerada patrimônio histórico e cultural pelo Iphan

20/05/2012 | 13h50min

Moradores do bairro Rio da Luz moradores ainda se perguntam o significado dessa classificação

 
Erica Mathias e a casa que é orgulho da família desde 1904

Lucio Sassi / Agencia RBS

 

A paisagem encanta. O vale onde está encravada a comunidade do Rio da Luz, interior de Jaraguá do Sul, remete para cenários da Europa. Nas conversas dos moradores, o dialeto alemão ecoa nas rápidas conversas que se seguem depois das saudações.

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A natureza confere ao vale, que fica entre Jaraguá e Pomerode, um destaque da presença de áreas da mata atlântica preservada. Sinais do homem agrícola estão nas estradas e piquetes abertos em alguns morros, que direcionam o caminho para o gado.

Algumas moradias destacam a arquitetura do início do século passado, feitas em enxaimel, e que ainda abrigam famílias herdeiras da colonização alemã. Por todas essas qualidades, a região chamou a atenção, ainda em 2007, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

O instituto tombou o bairro Rio da Luz como área de patrimônio histórico. Uma extensão de 10 mil m2 dessa região foi incluída no roteiro nacional de imigração. Porém, desde aquele período, moradores ainda se perguntam o significado dessa classificação.

As dúvidas se intensificaram nesse ano, quando um empreiteiro teve um pedido de pavimentação barrado em um loteamento concluído no ano passado. Os lotes ficam dentro do bairro.

O projeto teria de ser avaliado pelo Iphan, porque o local está em uma área preservada. Nem o empreiteiro, nem os moradores conheciam o assunto. E logo começou uma mobilização por parte dos habitantes em busca de informações sobre o destino das casas, dos terrenos, das ruas e da própria comunidade de 2,8 mil habitantes.

O presidente da Associação de Moradores do bairro Rio da Luz, Hélio da Rosa, disse que a comunidade ainda não tem informações claras de como proceder com a área sendo classificada como patrimônio histórico.

— Falta uma orientação clara da Prefeitura e do Iphan sobre como os moradores devem proceder com as suas propriedades. Não sabemos como são as autorizações do que é permitido ou proibido. Acho que a proposta de preservar é boa, mas não pode impedir o desenvolvimento —, opinou o líder comunitário.

A Notícia

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