terça-feira, 12 de junho de 2012

Suspeita de latrocínio - Sabel estaria morto quando o trem passou


Aparente atropelamento de um homem pode esconder um crime, no bairro Estrada Nova

Debora Remor

Publicado 11/06/2012 às 22:08:39 - Atualizado em 11/06/2012 às 22:24:18
 
FAMÍLIA Mãe da vítima não acredita que foi um acidente (Foto: Fabio Moreira)

 

Nem acidente, nem suicídio, teria sido latrocínio. Essa é a opinião da família de Paulo César Sabel, de 37
anos, que foi atropelado pelo trem nas primeiras horas do último domingo, no bairro Estrada Nova, em Jaraguá do Sul. Por falta de indícios, polícia ainda não abriu investigação.
Às 2h50 de domingo, o maquinista que vinha de Corupá para Jaraguá do Sul avistou o corpo em cima dos
trilhos, começou a buzinar, dar sinais de luz e acionou os freios. Sem conseguir evitar o choque, o trem parou 250 metros depois de atingir Sabel. "Mas o pessoal que recolheu ele dos trilhos disse que o corpo já estava gelado", contou a mãe, Arlete Nicoluzi.
Outro fato reforça a convicção da família de que foi latrocínio, roubo seguido de morte. Sabel tinha recebido o
salário na última quarta-feira, e no sábado saiu com R$ 3 mil, que pretendia dar para ajudar nas despesas da mãe. Com o corpo foi encontrado somente um cheque e nenhum dinheiro, apesar de todos os pertences estarem intactos, inclusive o celular. "Se fosse acidente, esse dinheiro não teria sumido", analisa a ex-mulher da vítima Jeanni, que tem um filho de 11 anos.
Sabel trabalhava de pedreiro em uma obra no Centro Universitário da Católica de Santa Catarina de Jaraguá do Sul, e queria comprar um carro para passear com a mãe quando ela se aposentasse. Os dois moravam juntos numa casa para onde ela já não quer mais voltar. O velório aconteceu na residência n. 246, da rua João Piccoli, na Estrada Nova, onde a partir de hoje Arlete volta a morar.

Polícia avalia morte como acidental

O laudo de IML (Instituto Médico Legal) deve sair em 10 dias e vai indicar a causa da morte. A partir disso, pode surgir algum indício de crime, e só então será instalada uma investigação. Por enquanto, a polícia entende que a morte foi acidental, provocada pelo impacto com o trem, sem culpa para nenhuma das partes. Ao mesmo tempo, o delegado Weydson da Silva, responsável pelo caso, não descarta outras hipóteses. "Não se tem certeza de que ele estava vivo no momento do impacto, pode ter sido homicídio. Ainda não existe uma investigação".


O Correio do Povo