sábado, 7 de julho de 2012

Jaraguá está mais violenta

Enquanto Jaraguá do Sul e Guaramirim reduziram as mortes, Corupá e Schroeder aumentaram

Debora Remor
Publicado 07/07/2012 às 00:50:54 - Atualizado em 07/07/2012 às 01:05:56

Massaranduba é a única cidade da região que não teve homicídios este ano. O número de assassinatos em Jaraguá do Sul e Guaramirim diminuiu no primeiro semestre de 2012 em relação ao mesmo período do ano passado. Já em Corupá e Schroeder a quantidade de homicídios aumentou. Ao todo, nos quatro municípios, a estatística dos primeiros seis meses é igual ao total de 2010, contabilizando 12 mortes.  
Em Jaraguá do Sul, oito assassinatos foram registrados nos primeiros seis meses do ano, contra dez ocorridos de janeiro a junho de 2011. Em Guaramirim, houve um homicídio este ano contra dois casos ocorridos no mesmo período de 2011. A redução acompanha os números do Estado, onde a taxa de homicídios diminuiu 9,7% no primeiro semestre, passando de 396 em 2011 para 361 assassinatos em 2012.
Na contramão, Corupá e Schroeder, que não tiveram casos no ano passado, registraram três homicídios esse ano. No penúltimo dia de junho, o pedreiro João Pedro Grinn foi morto a pauladas no bairro Schroeder 1. Em março, o casal Ana Erineia da Silva e Adilson Fogasa foi assassinado no bairro João Tozini, no Centro de Corupá.
“As cidades pequenas costumam apresentar mais casos de crime passional, mas com o crescimento da população e o aumento no uso das drogas, homicídios por outros motivos também aparecem”, explicou o delegado regional Uriel Ribeiro.
Massaranduba e outros 201 municípios catarinenses não registraram crimes de assassinato em 2012. Ao todo, o Estado tem 293 cidades.

Revólver superou armas brancas

A arma usada para cometer os homicídios passou por uma inversão. Esse ano, as armas de fogo foram usadas por 75% dos assassinatos. Em 2011, apenas um terço das mortes foram causadas por tiros. A maioria dos agressores usou facas, pá ou espancou a vítima.
“Acredito que o envolvimento com drogas ou assaltos origina a premeditação dos casos usando armas de fogo. Quando o homicídio é cometido com uma faca ou com as mãos, significa que foi ocasional. O autor usou aquilo que encontrou para agredir a vítima”, opinou o delegado regional, Uriel Ribeiro.
No comparativo dos homicídios da região com os casos em Santa Catarina, as vítimas são mais velhas e os agressores mais novos. Os envolvidos, geralmente, já possuíam antecedentes criminais.
As estatísticas mostram que o perfil das vítimas do Vale do Itapocu são homens entre 30 e 45 anos, com mais idade do que a média estadual, de 18 a 24 anos. Os supostos assassinos têm, na maioria dos casos da região, menos de 20 anos.
As três mulheres assassinadas tinham entre 16 e 32 anos, e duas delas foram vítimas dos próprios companheiros. No ano passado, apenas um crime passional foi registrado em Guaramirim.

Jaraguá está mais violenta

Segundo o levantamento da Secretaria do Estado da Segurança Pública, em Jaraguá do Sul o índice é de 5,6 mortes para cada 100 mil habitantes. Atualmente, o município tem um percentual intermediário, comparado ao de cidades com até 150 mil habitantes, como Brusque que tem 0,95 ou os 15,3 de Palhoça. Jaraguá do Sul já foi considerada a menos violenta da América Latina em 2007, quando registrou 3,5 homicídios para cada 100 mil pessoas.

Na região, o maior percentual fica com Corupá, com 14,4 homicídios para cada 100 mil habitantes. Sem registros de mortes em 2010 e 2011, os dois assassinatos ocorridos este ano elevaram o índice, que ultrapassa números de cidades do mesmo porte – até 15 mil habitantes – como Bombinhas e Presidente Getúlio, com sete mortes para cada 100 mil habitantes. Santa Catarina tem a segunda menor taxa do país, com índice de 13,4 homicídios para cada 100 mil habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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O CORREIO DO POVO

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