quinta-feira, 5 de julho de 2012

Solidariedade - Mulheres unidas para a superação


Rede Feminina de Combate ao Câncer de Jaraguá do Sul comemora hoje 25 anos de atividades

Samira Mara Hahn
Publicado 04/07/2012 às 14:08:10 - Atualizado em 04/07/2012 às 15:19:09
 
Sede da Rede Feminina de Combate ao Câncer fica na Rua Procópio Gomes de Oliveira, no Centro de Jaraguá (Fotos: Marcele Gouche)
 
Uma mão amiga. É assim que a Rede Feminina de Combate ao Câncer de Jaraguá do Sul se apresenta numa hora de dificuldade. Somente mulheres que já passaram por esse problema entendem o quanto pesa a luta contra essa doença, que tem como consequência a retirada de uma parte do corpo cheio de simbolismo para o universo feminino: o seio.
Pacientes têm de enfrentar tratamentos intensivos, medicação em longo prazo, e rotinas de exames exaustivas. Nessa hora, a Rede Feminina se agiganta para ajudar. São 25 anos, completados hoje, nessa missão de aconselhar e amparar as mulheres que enfrentam esse mal. Para comemorar a data, nesta quarta-feira será realizado um encontro com mais de 400 voluntárias do Estado.
A entidade auxilia pacientes desde exames de prevenção até encaminhamento médicos e ajuda às famílias carentes. No ano passado foram realizados cinco mil exames preventivos.  Todo esse trabalho de auxílio ao próximo conta com cerca de 100 voluntárias que colaboram em diversos projetos da entidade, e 11 funcionários, entre médicos e o setor administrativo. Segundo a presidente da Rede Feminina, Rozanda Balestrin, a entidade dá o suporte integral e atende 34 mulheres da região por dia.


A paciente que virou voluntária
Uma das beneficiadas com o atendimento da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Jaraguá do Sul foi a dona de casa Lúcia Gracioli, 57, anos. Depois de 12 anos que descobriu o câncer, hoje ela comemora, com alívio, a recuperação da doença. Lúcia descobriu que tinha um tumor em 2000, logo após a morte do pai, Ary Lamela.
Ela fazia exames regularmente e que nunca tinham acusado nenhuma  mudança. Somente depois dos problemas de saúde do pai, acabou descobriu o nódulo. “Eu estava tomando banho, quando senti uma bola diferente no seio direito, fui ao médico e fiz os exames. No mesmo mês já comecei o tratamento”, lembra. Lúcia explica que o nódulo já era bastante grande, e que o médico solicitou tratamento imediato.
A medicação foi longa e cansativa, na época ela tinha de ir para Joinville fazer as sessões. “Foram três sessões de quimioterapia, a cirurgia de retirada do seio, mais três sessões de quimioterapia e 45 de radioterapia”, afirma.
Durante todo o tratamento, ela sentiu vários efeitos colaterais  mas a perda dos cabelosfoi o que mais lhe incomodou. Sua autoestima abalou e o uso das perucas não a deixava confortável. Atualmente, a dona de casa é voluntária da rede feminina. Com os cabelos  ruivos crescidos e bem cuidados, ela trabalha no bazar da entidade há dez anos. No local, vende roupas usadas de baixo valor, e o dinheiro arrecadado é utilizado na manutenção da entidade.

A dona de casa Lúcia ajuda na Rede Feminina há dez anos


A fé que curou Salete
Devota de Nossa Senhora Aparecida, a aposentada Salete Maria Wrichinski, 54 anos, descobriu que tinha câncer há dois anos. Depois da cirurgia para retirada dos nódulos e do tratamento ela se emociona em lembrar que hoje está curada. Salete ainda toma remédios, e conta que nunca imaginou que teria essa doença. Para ela, essa realidade era muito distante.
Toda a história começou quando um exame preventivo acusou uma alteração. O marido, o aposentado Jair Ramos, 63 anos, não quis acreditar no primeiro diagnostico e levou a esposa para um médico, em Joinville, que também percebeu as alterações. Em uma terceira tentativa, em Florianópolis, Salete fez um último exame que confirmou os diagnósticos anteriores, ela estava com câncer.
Como a doença estava no começo não precisou de quimioterapia. Porém, teve de retirar o seio direito. Depois da cirurgia, no quarto de recuperação ela soube que ficaria bem. Da luz da porta do quarto, ela viu o reflexo de Nossa Senhora Aparecida entrando em seu quarto, e foi aí, que ela realmente percebeu que estava sendo cuidada.
Hoje, ela conta que a força do marido e dos filhos foi muito importante na recuperação, e que quer colocar uma prótese no peito retirado, mas sente medo de que haja outras complicações.

Salete conta que viu a imagem da Nossa Senhora Aparecida no quarto do hospital 
 
O CORREIO DO POVO
http://www.ocorreiodopovo.com.br/bem-estar/solidariedade-mulheres-unidas-para-a-superacao-8579314.html