Publicado 30/01/2012 às 09:14:26
- Atualizado em 30/01/2012 às 09:46:32
Segundo Lucas, quando ele adquiriu o terreno dos fundos, foi informado pela Prefeitura de que nenhuma obra poderia ser erguida no lote acima, em função dos riscos de deslizamento. No entanto, meses depois, ocorreu o contrário. “Deve ter algo errado para liberarem aquela obra”, comenta. Lucas aponta para o nítido risco de desabamento. “Se não agora, no futuro. A Defesa Civil não poderia ter sido conivente com a autorização da construção”, acrescenta. Ele já esteve na Defesa Civil, no Crea (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura) e em outros órgãos da Prefeitura para reclamar e alertar sobre os riscos.
Lucas tirou parte do barranco em seu terreno para erguer um muro de contenção. Quando perguntado sobre a autorização da Prefeitura para esta obra, ele disse que foi informado por uma funcionária de que para levantar muros de divisão, o órgão não exigia nenhum alvará. “Acho que a Defesa Civil deveria interditar aquela casa. Está fora dos padrões de construção. Não sei como o morador dorme tranquilo”, diz.
Já o proprietário da casa, Mauro José da Silva, afirma que não tem medo de morar na residência. Segundo Silva, todo o processo foi acompanhado por um responsável técnico, o arquiteto Jorge Tadeu Baratto, e autorizado pelos órgãos competentes. “Há três dias, a Defesa Civil, um engenheiro e o arquiteto estiveram aqui e só disseram que é para ficar de olho”, lembra.
Os técnicos da Defesa Civil também alertaram Silva sobre a forma do terreno e a possibilidade da chuva danificar a estrutura da residência. “Não quero fazer o muro de contenção. Falaram que está para sair obras do PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento) para este muro”, destaca. Silva comprou o terreno em 2010 e mora no local com a esposa há seis meses.
Órgãos públicos dão seus posicionamentos
A Defesa Civil vem monitorando o local. De acordo com o diretor do órgão, Ronis Bosse, os conselhos dados ao morador foram: corrigir uma ferragem aparente, para que não cause problemas futuros; encaminhar a água que corria para o fundo para a frente da casa e monitorar o barranco e possíveis deslizamentos. “Também dissemos que o local não é 100% seguro. No primeiro momento não há necessidade de retirar a família do local”, explica. Conforme Bosse, os riscos se agravaram depois que o barranco do terreno de trás foi cortado.
De acordo com análise do fiscal de Posturas da Prefeitura, Carlos Fernando Piske, a casa está regular. Tem alvará de construção e o Habite-se. O registro de problemas, segundo consta, foi o corte feito no morro. “Deveria ser de 45 graus, mas vistoria da Defesa Civil registrou 82 graus de corte”. Piske afirma que nos documentos não constam licenças da Prefeitura para a alteração no barranco. Na documentação não há informações sobre problemas na estrutura ou na forma como a casa foi construída.
O órgão responsável por regular construções em Jaraguá do Sul é a Secretaria de Planejamento Urbano. Segundo o secretário Aristides Panstein, o engenheiro do órgão esteve no local e autorizou a obra, portanto, não há problemas com a construção. “Este loteamento foi aprovado nos anos 1980 e a casa não apresenta nenhuma irregularidade”, afirma. A Secretaria, segundo Panstein, é responsável por regular medidas do terreno, mas quem se responsabiliza pela estrutura da obra é o engenheiro ou responsável técnico.
O Correio do Povo
Fonte: http://www.ocorreiodopovo.com.br/geral/area-de-risco-no-bairro-rau-em-jaragua-do-sul-e-alvo-de-duvidas-5331650.html
