Em 35 dias, Polícia Militar registrou 18 ocorrências
Priscila Sell | priscila.sell@santa.com.br
Eram 20h50min do dia 8 de janeiro, um domingo. Depois de um dia de trabalho em uma empresa têxtil na Rua Johann Karsten, no Testo Salto, em Blumenau, a cozinheira Maria Magali Barni, 50 anos, só pensava em chegar em casa e descansar. Despediu-se das colegas, saiu da firma onde trabalha há 10 meses e foi até o ponto de ônibus esperar o coletivo que a levaria para o Bairro Fidélis. Sentou no banco. Era a única pessoa ali. Poucos minutos depois, um motociclista se aproximou e perguntou:
— A senhora sabe onde fica o limite de Blumenau e Pomerode?
— Não sei direito, eu só trabalho aqui, uso ônibus — respondeu.
As perguntas continuaram. O motociclista citou nomes de ruas e questionou se ela conhecia. A resposta era sempre negativa. Ele agradeceu e, de repente, arrancou a moto, deu um soco no olho esquerdo da mulher e puxou a bolsa que ela carregava no ombro. Magali, como gosta de ser chamada, foi uma das 18 vítimas de assalto entre 24 de dezembro de 2011 e 28 de janeiro deste ano na região Norte da cidade.
De acordo com a tenente do 10º Batalhão de Polícia Militar de Blumenau Carolina Maria Bachmann, o número é considerado alto. A maioria das vítimas é mulher: 13. Destas, quatro estavam em pontos de ônibus no momento do ataque e nove caminhavam pelas ruas. Todos os cinco assaltos a homens ocorreram no meio da rua.
— Na maioria dos casos, são motociclistas que não mostram armas e não usam de violência. Eles arrancam a bolsa da mulher, o que a faz perder o equilíbrio e se machucar, mas ele não a agride. Casos em que há agressão são poucos. E os criminosos parecem conhecer bem a região para fugir — conta Carolina.
O motociclista que assaltou Magali conseguiu fugir. Logo depois do crime, apareceram dois adolescentes de bicicletas. Assustada e achando que eles eram comparsas do ladrão, Magali disse que não tinha mais nada, que já tinham roubado a bolsa dela. Foram os adolescentes que a ajudaram a ir até a portaria da empresa onde trabalha e chamar a filha. Magali foi levada para o Hospital Santa Isabel. Teve problemas no olho, que a afastaram do trabalho por 15 dias.
— Nós percebemos que a região estava vulnerável e aumentamos o policiamento com motocicletas, que são mais rápidas que os carros. Tivemos bons resultados porque desde o dia 28 de janeiro, não houve mais registros na região — argumenta a tenente.
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Fonte: http://www.clicrbs.com.br/especial/sc/jsc/19,6,3654125,Pedestres-sao-alvo-de-assaltos-na-regiao-Norte-de-Blumenau.html
