20/03/2012
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21h02
DA REUTERS, NO RIO
A Embraer, terceira maior fabricante de aviões comerciais do mundo,
registrou prejuízo líquido de R$ 171,6 milhões no quarto trimestre de
2011, ante lucro de R$ 208 milhões no mesmo período do ano anterior,
informou a companhia nesta terça-feira.
O resultado ficou abaixo da projeção média de analistas para a Embraer,
que era de lucro líquido de US$ 143 milhões no quarto trimestre, e que
seria maior do que o verificado no mesmo período no ano anterior, se não
houvesse o lançamento das provisões.
Segundo a companhia, por conta do pedido de concordata da AMR,
controladora da companhia aérea American Airlines, e das exposições
relativas a garantias financeiras e de valor residual, foram registradas
provisões no quarto trimestre que totalizaram R$ 662,6 milhões.
"Se excluídos todos os eventos extraordinários mencionados
anteriormente, que tiveram um efeito líquido de aproximadamente R$ 556
milhões", o lucro líquido no trimestre teria sido de R$ 523,3 milhões,
informou a empresa.
No ano, o lucro líquido foi de R$ 156,3 milhões, ante R$ 573,6 milhões em 2010.
A receita líquida da companhia somou R$ 3,67 bilhões entre outubro de
dezembro de 2011, uma alta de 9,8% ante o mesmo período do ano anterior.
No fechado de 2011, a receita ficou em R$ 9,86 bilhões, alta sobre os
R$ 9,38 bilhões apurados no ano anterior.
O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros impostos,
depreciação e amortização) foi de R$ 101,3 milhões no período, ante R$
334,6 milhões registrados um ano antes. Em 2011, ficou em R$ 923
milhões, queda sobre 2010, quando registrou R$ 1,07 bilhão.
No quatro trimestre, a Embraer entregou 32 jatos comerciais e 50 jatos
executivos. Segundo a empresa baseada em São José dos Campos (SP),
considerando o total de entregas e os novos pedidos firmes, a carteira
de encomendas encerrou o ano em US$ 15,4 bilhões, um pouco abaixo dos
US$ 15,6 bilhões do ano anterior.
Depois da desvalorização do real em setembro, a Embraer contratou
algumas operações de hedge financeiro para reduzir a exposição de seu
fluxo de caixa em 2012, uma vez que os custos denominados em reais são
maioreis do que as receitas.
Para este ano, cerca de 45% da exposição ao real está protegida, e
segundo a empresa, caso o dólar se deprecie abaixo de R$ 1,75, as
operações de hedge compensarão os efeitos da apreciação do câmbio.
CONCORDADTA DA AMR
A American Airlines e sua controladora AMR pediram concordata em 29 de
novembro para cortar custos e tentar lidar com o aumento dos preços dos
combustíveis e uma demanda aérea deprimida nos Estados Unidos.
Por conta disso, informou a companhia, e da provável modificação do
perfil de sua frota, a Embraer provisionou um total de R$ 583,2 milhões
no quatro trimestre para fazer frente a possíveis despesas relacionadas
às garantias financeiras e de valor residual emitidas quando do
financiamento ds 216 aeronaves que são atualmente operadas pela American
Eagle, subsidiária da AMR.
"A decisão final da AMR de como gerenciará a operação destas aeronaves
ainda está em curso, porém, esta provisão representa a melhor estimativa
baseada no cenário atual", informou a Embraer em seu release de
resultados.
A companhia informou que espera que o valor da provisão seja suficiente
para cobrir todas as despesas esperadas com estas obrigações. "O
desembolso de caixa relacionado a estas garantias está previsto ocorrer
ao longo dos próximos anos", disse.
A Embraer disse, ainda,"que dado o potencial impacto no mercado
secundário de jatos regionais que podem ocorrer devido ao aumento de
disponibilidade de aeronaves provenientes do processo de reestruturação
da AMR, a empresa revisou suas provisões referentes a outras garantias
financeiras e de valor residual (RVG) e o valor líquido de tais
provisões foi de R$ 79,4 milhões".