quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Queda na produção de SC é a segunda pior do país

Redução em 2011 foi de 5,1%, puxada pelo mal desempenho dos têxteis, máquinas e materiais elétricos

Alessandra Ogeda | alessandra.ogeda@diario.com.br

A produção nas fábricas catarinenses caiu 5,1% no ano passado, segundo dados divulgados pelo IBGE ontem. O desempenho só não foi pior do que a indústria do Ceará, que produziu 11,7% menos do que em 2010. E as perspectivas para 2012 não são otimistas para SC.
Os setores que mais puxaram o resultado para baixo foram o de produtos têxteis, com resultado negativo de 17,8%, seguido de perto pelo que produz máquinas, aparelhos e materiais elétricos, com queda de 17,3%. Em terceiro lugar no desempenho ruim esteve o de máquinas e equipamentos, que diminuiu a produção em 2011 em 9,6%.

De acordo com o IBGE, o resultado negativo destes três setores é explicado, em grande parte, pelos recuos na fabricação de roupas de banho de tecidos de algodão, refrigeradores para uso doméstico, compressores usados em aparelhos de refrigeração e motores elétricos. 

— Em 2009 tivemos uma queda na produção de 7,7% e, em 2010, um crescimento de 6,45%. Com essa diminuição de 2011, praticamente voltamos aos patamares anteriores. E em 2012 devemos ter apenas um crescimento vegetativo pequeno — avalia Henry Quaresma, diretor de relações industriais e institucionais da Federação das Indústrias de SC.

Apenas o primeiro trimestre de 2011 foi positivo para a indústria catarinense. A produção aumentou 1,6% no período. A partir de abril, o setor registrou desempenhos negativos consecutivos, comparando os resultados com 2010. 

De acordo com o IBGE, a perda de dinamismo da indústria do terceiro para o quarto semestre foi registrado em cinco dos 11 setores acompanhados pelo instituto. O setor de alimentos, tradicionalmente positivo para o Estado, registrou uma queda de 11,2% na produção do último trimestre do ano — período normalmente forte para o setor. 

Os setores que se saíram pior no ano, segundo Quaresma, foram afetados por uma demanda menor por seus produtos e por uma migração de parte da produção catarinense para outras regiões do país.
— SC está perdendo espaço para outras regiões porque não temos uma estratégia para a agroindústria a longo prazo. Apresentamos 23 tópicos que precisam ser trabalhados no Estado e, até agora, não avançamos um milímetro para concretizá-los — presidente da Associação Catarinense de Avicultura (Acav), Clever Pirola Ávila.

A expectativa do diretor da Fiesc é que a indústria registre um crescimento pouco acima de zero no primeiro trimestre deste ano. O resultado da produção no restante do ano dependeria de alguns fatores, como a efetivação de novos investimentos em SC, a expectativa do aumento das vendas de carne suína para China e a resolução dos problemas para a exportação para a Argentina.


Fonte: http://www.clicrbs.com.br/anoticia/jsp/default.jsp?uf=2&local=18&newsID=a3656683.xml&channel=84&tipo=1&section=Geral